quarta-feira, 18 de março de 2015

IX CLIPP - Concurso Literário de Presidente Prudente - Ruth Campos



Regulamento 

Objetivo: O CLIPP, Concurso Literário promovido pelo Governo de Presidente Prudente, com organização e coordenação da Secretaria Municipal de Cultura – SECULT, através da Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de Cerqueira César, tem como objetivo principal o incentivo à criação literária através da revelação e valorização de novos talentos.

Inscrições: As inscrições estarão abertas até 31 de maio de 2015, a escritores maiores de 14 anos; Cada participante poderá se inscrever gratuitamente com até 02 obras inéditas de tema livre, em cada uma das modalidades: CONTO,CRÔNICA E POESIA;
Os trabalhos devem ser digitados em Língua Portuguesa, fonte Times New Roman, tamanho 12, com no máximo, 02 (duas) laudas cada e assinados apenas com o pseudônimo do autor;
Não serão aceitos trabalhos que possuam apologia ao uso de drogas, conteúdo racista, preconceituoso, propaganda política ou intolerância religiosa;
O participante menor de 18 anos deverá apresentar, em anexo, uma autorização assinada pelo responsável legal no ato da inscrição;
O concorrente que não possuir telefone ou e-mail para contato deverá fazer constar na ficha de inscrição: nome, endereço e telefone de pessoa responsável por contatá-lo (a) em caso de possíveis eventualidades;
As obras podem ser enviadas:
 a-) Via postal (correio): em envelope contendo três cópias impressas de cada obra, a ficha de inscrição preenchida e uma cópia em CD, para a Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de Cerqueira César, Rua Quintino Bocaiúva, 749- Vila Marcondes, CEP 19030-000 – Presidente Prudente - SP
b-) Via internet: por e-mail, em arquivos do Microsoft Word (doc) com formatação em modo de compatibilidade (97 a 2003) para as versões do aplicativo 2007 a 2013, anexados individualmente, além da ficha de inscrição preenchida, para clipp@culturapp.com.br.
A ficha de inscrição pode ser encontrada no site www.culturapp.com.br.

Julgamento: A Comissão julgadora será formada por profissionais de reconhecida capacidade intelectual e suas decisões serão norteadas, de maneira irrevogável, não apenas pelo conteúdo poético e literário, mas também pela composição correta da linguagem e suas formas.

Premiação: Os trabalhos selecionados serão publicados, sem custo para seus autores, em uma Antologia no formato 16x23cm, com aproximadamente 200 páginas. Os textos serão publicados em ordem alfabética, por nome de autor;Cada participante selecionado receberá como prêmio, 15 exemplares da obra antológica;
Fica assegurada a quantidade mínima de 50% da seleção a trabalhos de escritores locais, exceto se for constatado um reduzido teor qualitativo ou número insuficiente de participantes prudentinos. Nesta situação, as decisões complementares ficarão a cargo da comissão organizadora.
A entrega dos prêmios e o lançamento da obra acontecerão durante o Salão do Livro de Presidente Prudente. Após o evento os livros estarão à disposição dos premiados na Biblioteca Municipal Dr. Abelardo de Cerqueira César, onde poderão ser retirados até abril de 2016. Cada autor poderá receber apenas uma premiação.

 Disposições finais: Ao realizar a inscrição, o candidato manifesta pleno acordo com o regulamento do Concurso e autoriza, para todos os fins, a divulgação e publicação de seu nome e trabalho(s) inscrito(s).
Os textos serão publicados com o nome do autor (indicado na ficha de inscrição), exceto quando o autor manifestar interesse que seu texto seja identificado apenas com o pseudônimo.
O concorrente é plenamente responsável pela veracidade das informações prestadas e pela eventual prática de plágio total ou parcial. Os casos omissos neste regulamento serão resolvidos pela Secretaria Municipal de Cultura. Mais informações: Fones - (18) 3223-7554 / 3226-3399.







segunda-feira, 9 de março de 2015

MÚLTIPLOS OLHARES


Todos os bichos de Nê Sant’Anna


Este mês compartilho com vocês uma crônica que escrevi em janeiro, inspirada em fatos que me “caíram no colo” em outubro do ano passado.




COMO DESCASCAR UM ABACAXI

Domingo do segundo turno das eleições de 2014: Meu filho e a namorada olham para os abacaxis maduros na fruteira com cobiça. Sugiro que descasquem o maior. Eles dão mil desculpas. Eu abro uma gaveta e, munida da ferramenta ideal, descasco o abacaxi em, no máximo, três minutos. Os dois se espantam e eu explico: “aprendi a técnica em uma crônica do Paulo Mendes Campos”.
Deixo o abacaxi, nu e fatiado, exposto em uma travessa e observo o Brasil se desnudando através dos noticiários e das redes sociais. Todas as contradições e preconceitos viscerais e seculares estão expostos e condimentados pelo clima de fim de campeonato que acompanha as eleições. Minha avó Maria repetia um ditado popular “quando a miséria bate à porta, o amor pula a janela”! Nada mais pertinente; em épocas de crises ou mudanças, faz parte do ser humano procurar culpados, eleger heróis ou bodes expiatórios, foi assim em centenas de momentos históricos, como a perseguição aos judeus pela Alemanha Nazista, só para citar um exemplo.
Portanto, não estranhei nem um pouco as enormes discussões, de ambos os lados, carregadas de preconceito e aquele velho ódio que não ultrapassa a primeira rodada de barganhas “para o bem do Brasil”. Lembrei-me de uma frase astuta de Lima Barreto, na qual ele pondera que o diploma universitário veio substituir no Brasil republicano os antigos títulos de nobreza, mudava-se o instrumento, não o pensamento, muito menos antigos paradigmas.  Aliás, mudanças de fato, demoram. Basta observarmos alguns dos campeões de votos para as Assembleias Estadual e Federal. O Brasil, apesar do Carnaval e da exposição de coxas e afins, é preconceituoso sim, é hipócrita sim e, a grande perversidade, é que isso se esconde debaixo de uma grossa casca de liberalidade, respeito às diversidades e cordialidade. Talvez não seja gratuitamente que o abacaxi seja quase um símbolo do país.
Mas, voltando ao meu prosaico abacaxi (que nem tão doce estava), compartilho com vocês que a melhor ferramenta para descascar essa fruta consiste em uma simples faca de pão!  Basta não ser teimoso e não ter medo de experimentar novas possibilidades para manjados objetos, afinal, a roda já foi criada há muito e a faca de pão também, bem como a sacada do “tio Karl”: “os homens mudam os modos de produção, mas não abrem mão das suas conquistas materiais”. Alguém duvida? Então pense se, por exemplo, você voltaria a lavar suas roupas em uma tábua na beira do rio ou abriria mão do seu vaso sanitário! E – não duvide – as “variáveis” preconceito, conforto, segurança, pseudos religiosidade e moral ilibada, poder e autoestima, além de muita grana, giram a roda do mundo e também das terras tupiniquins, carregadas de abacaxis, insistentemente, e na maioria das vezes propositalmente, descascados com a ferramenta errada (ou a mais cara ou conveniente para a ocasião).

Descascar um abacaxi é fácil. O resto? Quem viver verá!