quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Brinquedos em versos para Gabriel

          Carolina, após a morte de seu filho de seis anos, encontra na literatura uma forma de suprir a dor da perda de seu garoto. Todos os anos, na data do aniversário do menino, ela vai até a escola onde ele estudava e declama poemas e histórias para todos os alunos, principalmente, as histórias que Gabriel gostava de ouvir em vida. Com isso, busca incentivar o gosto e o hábito pela leitura e consegue superar a dor através da esperança.





Realização: Ponto de Cultura de Iepê "Nosso povo faz arte desde 205 d. C." 
e Sociedade Amigos da Cultura de Iepê
Roteiro: direção e edição: Tiago Nascimento
Poemas: Nê Sant'Anna
Áudio e mixagem: Gabriel Campeão e Nilton de Oliveira 'Niltinho'
Atriz: Carolina Damásio
Locução: Hugo Matheus Bueno de Oliveira e Meirielen Ventura de Oliveira

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Múltiplos Olhares

TODOS OS BICHOS DE NÊ SANT’ANNA

SINA



Adélia, em Minas,

Frita peixes

E escorre versos;

Cora, em Goiás,

Mexeu doces

E desenformou poemas.



Eu caminho pela vida...

Dona Doida,

Mãe culpada,

Péssima cozinheira,

Furtando versos do vento,

Poeta...

Ensandecida!
 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Múltiplos Olhares

 TODOS OS BICHOS DE NÊ SANT’ANNA


INSIGHT 1: SEU VALTER. Passamos juntos alguns Natais. Seu Valter era dessas pessoas raras, educadíssimo, perfeccionista e... guloso. Pra ser sincera, nós dois éramos. Enquanto todos os outros convidados para a Ceia de Natal contentavam-se com porções delicadas de doces, eu e seu Valter consumíamos porções industriais. Nesses Natais encontrei minha “alma gêmea” no quesito açúcar; seu Valter confessou-me que também gostava de sobremesas que “ardiam” na garganta. Tal como eu, nada o agradava mais em festas que uma “overdose” de sorvetes, bolos, tortas, chocolates e panetones. Lembro-me dele fatiando com maestria um Tender e depois de arrumar as fatias (absolutamente da mesma espessura) na travessa, guarnecê-las artisticamente com abacaxi (também milimetricamente fatiado) e outras frutas.
Apesar do “vício” em açúcar, seu Valter era magro e dinâmico; aos oitenta e tantos anos andava de bicicleta pelas ruas de sua cidade e não economizava energia e simpatia quando nos recebia para o Natal. Ele me lembrava meu avô Elídio nas cores européias e nos modos cavalheirescos. Meu avô, entretanto, não tinha a “coragem” de se entregar aos prazeres de uma enorme sobremesa, consumia asceticamente pratos festivos e vivia praticamente à base de sopa e pão adormecido que ele guardava embrulhado num guardanapo em uma gaveta do seu guarda-roupa. Até hoje me lembro do cheiro desse pão e como o sangue corre nas veias, confesso que não gosto de pão fresco, gosto mesmo é de pão “dormido”.
Meu avô “arranhava” o idioma alemão, seu Valter o falava com fluência e me levava a uma viagem de retorno à infância. Seu Valter e meu avô foram pessoas felizes porque eram habitados por uma essência generosa, ética, amorosa e produtiva e ocuparam-se, cada um a seu modo, de construir uma história de vida moldada nessa essência. Ambos me deixaram doces lembranças, as de vô Lídio são metafóricas e as de seu Valter literais.

INSIGHT 2: “Temos certeza que somos adultos quando a responsabilidade de providenciar os funerais é nossa”.

INSIGHT 3: “As pessoas não habitadas por um mínimo percentual de coisas boas, desperdiçam suas vidas empenhando-se em contestar a competência e o sucesso alheios e secam consumidas na própria inveja, baixa-estima e mediocridade”.



PÍLULAS DE POESIA

Eu canto
Porque o instante existe
E a minha vida está completa
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.

Fragmento do poema Motivo de Cecília Meirelles

Revelando Talentos


MENINO SEM LAR


Menino da rua,
Descalço a vagar.
Triste sorte é a tua,
Menino sem lar.

Calça suja desbotada,
Maltrapilho de pé no chão,
Camisa velha rasgada,
Tu és vítima da opressão.

Meu pobre, não te entristeças
Eu sei quanto tu padeces
Pra carregar a tua cruz.

O homem de ti esqueceu,
Mas virá ao encontro teu.
O próprio Cristo Jesus.


Padre Aldivino Evangelista da Silva

Você pode adquirir os livros do Pe. Aldivino na secretaria da paróquia da Igreja Católica

Serviço

O Museu Histórico da Igreja Presbiteriana Independente de Iepê está aberto ao público em novo horário. Tome nota: quarta-feira das 9hs às 12hs e quinta-feira das 20h30min às 22hs.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

MÚLTIPLOS OLHARES

TODOS OS BICHOS DE NÊ SANT’ANNA


INSIGHT: “Só Nossas Próprias Chaves Abrem Portas Internas.”
Como o mundo não acabou cá estamos de volta, e com as mesmas e eternas questões humanas a martelar nosso cotidiano. Então... Que comece tudo outra vez.
Comentei numa das últimas postagens de 2012 que estava “ajudando” meu filho a estudar para o Vestibular. Ainda não saiu o resultado, mas posso garantir duas coisas: 1 - Eu gostei de (re)mergulhar na Filosofia e na Literatura; 2 - Meu filho abriu portas internas para, sem preconceitos, conhecer e sensibilizar-se com vários Repertórios Culturais.
“Passar” no Vestibular? Pouco importa! Já disse Paulo Freire: “A Educação não transforma a sociedade, o que muda a sociedade é o Homem.” E o homem só cresce quando abre suas portas internas, e essas portas internas para abrirem-se necessitam basicamente de dois estímulos: acesso e sensibilização aos vários repertórios culturais construídos historicamente.
Houve uma época (recentíssima) que a educação tinha como cantilena “formar cidadãos críticos, conscientes etc., etc.” com projetos que abrangiam desde a pré-escola e se duvidasse até mesmo o maternal! Deu no que deu!
O programa Fantástico dessa semana exibiu uma reportagem sobre um garoto que ganhou medalhas em Olimpíadas importantes de Física. A chave para o sucesso? O garoto não pensava no sucesso! O garoto sente PRAZER quando abre suas portas internas para um universo novo de conhecimento! Não se deixem enganar com os burocratas de plantão: o homem só escancara suas portas internas motivado pelo desejo, pelo prazer e pela liberdade que o pensamento proporciona. Depois dessas portas escancaradas, ele pode trabalhar vinte horas por dia e não sentir cansaço (pelo menos por um tempo), mas ninguém pode escancarar as portas alheias, o que se pode fazer é apresentar, garantir livre acesso e sensibilizar para o conhecimento de múltiplos repertórios educativos, culturais e artísticos.
Ainda bem! A raça humana não é marionete em sua essência e sempre haverá novas centelhas de pensamento pipocando aqui e ali e estimulando a abertura de inusitadas portas internas.
PÍLULAS PARA CONHECER, SENSIBILIZAR, PENSAR E ABRIR PORTAS INTERNAS (ou não): Sobre Cultura e Arte
Cultura, no sentido antropológico, é tudo o que o ser humano faz, pensa, imagina e inventa (porque ele é um Ser Cultural).
Não sendo capaz de viver somente guiado por seus instintos (como as abelhas, por exemplo) o ser humano é levado a construir “ferramentas” que possam ajudá-lo a instalar-se no mundo, a sobreviver, a desenvolver sua humanidade. A essas “ferramentas” (culinária, folclore, literatura, dança, artes plásticas, música, etc.) dá-se o nome de cultura.
A Cultura, no sentido etimológico, também é o Cultivo do Ser em seu Processo de Humanização: é a atribuição de significados ao mundo e a nós mesmos, significados esses que são passados adiante e modificados de acordo com as necessidades de cada grupo.
A Arte é sem dúvida, fruto do desejo e acolhida pelo sentimento, livre das obrigações e dos deveres a serem cumpridos; expressa sentimentos, opiniões etc., e é essencialmente libertária: ninguém é obrigado a fazer arte ou a gostar de determinado estilo de arte!
A Cultura aponta para o mundo como ele é, a Arte aponta para possibilidades do mundo, rompe costumes, propõe outros valores. A Arte nos faz estender e ampliar aquilo que somos porque passamos a ver o mundo e a nós mesmos sob luzes diferentes.
 Só para não esquecer: “A Arte existe porque a vida não basta.” (Ferreira Gullar) e “Das tripas fez-se a primeira Lira que animou todos os Sons e daí nasceram as baladas e os arroubos de bandidos, como eu, cantando assim... porque mesmo miseráveis os poetas os seus versos serão bons.” (Chico Buarque).




Aviso

O programa Passeando Pela MPB volta ao ar em fevereiro, na rádio comunitária Shalom 104,9 FM. O programa será ao vivo e terá novos quadros, como, história da literatura, etc.
 Aguardem! Em breve estaremos lançando o VI Prêmio IEPÊ de Poesia.