terça-feira, 28 de maio de 2013

MÚLTIPLOS OLHARES


TODOS OS BICHOS DE NÊ SANT’ANNA


Hoje começo com um convite: não percam a Cerimônia de Premiação do 6º Prêmio Iepê de Poesia nesse sábado às 20h30 no Salão Nobre. Será uma “Festa Artística” com exposição de InPalavras, lançamento e venda da 5ª Antologia do Prêmio Iepê de Poesia e números musicais: Show de Niltinho e Meiri que contará com a participação do Grupo Faísca e apresentação da Orquestra de Viola Caipira de Presidente Prudente. Também agraciaremos o paladar dos presentes com o bar que será comandado pelo Terceirão da EE Almeida Prado.

Feito o primeiro convite, vamos ao segundo. Vale a pena procurar no youtube a entrevista da última sexta-feira do Programa do Jô. A professora Marisa Lajolo lavou minha alma quando falou sobre Monteiro Lobato e a patrulha idiota do “politicamente correto” que tem como fim de linha fatalmente a censura. Nesse “espírito” deixo como provocação os versinhos da canção tradicional “atirei o pau no gato, mas o gato não morreu dona Chica admirou-se do berro que o gato deu: miau!” E pergunto: não é melhor - e até necessário psiquicamente- “atirar o pau no gato” cantando do quê perseguir e agredir de fato? Vale conferir “A Psicanálise dos Contos de Fada” de B. Betleheim e o conto “Negrinha” de Monteiro Lobato, duvido que após lê-lo seus olhos não se encherão de lágrimas. Para terminar: Não adianta jogar para baixo do tapete nossos piores bichos, e não conheço nada melhor para exorcizá-los do que um bom texto (ou filme, ou música...) que propicie mergulhos profundos em nossos piores lagos. Ou será que somos todos “águas cristalinas”? Só não podemos deixar que os “discursos em voga” nos transformem em “água parada” ou – o que seria pior ainda- “água canalizada”.

Como Pílulas da Semana: Os Contos de Monteiro Lobato e a fina ironia da boneca Emília, preferencialmente acompanhados da música Sociedade Alternativa de Raul Seixas e da obra de Villa-Lobos inspirada nas “nocivas” cantigas folclóricas, como Terezinha de Jesus, O Cravo Brigou com a Rosa etc.
Para refletir- a frase do escritor Graciliano Ramos citada por Marisa Lajolo no programa do Jô: ”Quem não briga com a polícia, briga com a gramática”.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Acontece em Iepê




CONVITE

       Não percam! dia 1º de junho, SÁBADO, a partir das 20h30min, no Salão Nobre a cerimônia de Premiação do 6º Concurso de Poesias de Iepê. Haverá apresentações musicais com Orquestra de Viola Caipira de Presidente Prudente, show musical com Niltinho e Meiri e participação do Grupo Faísca. Realização: SACI, Ponto de Cultura de Iepê, Secretaria Municipal de Educação e Cultura, com apoio da Prefeitura Municipal.


Revelando Talentos


Das palavras


Desde meus primeiros dias escolares, ouvia dizer que o nome de nossa cidade, Iepê, significava liberdade, em tupi-guarani, língua falada pelos habitantes da região, há muito tempo desaparecidos. Retirada do passado, a palavra servira para designar os valores dos pioneiros que, semelhantes a inúmeras partes do mundo, sofreram resistência motivada por diferenças religiosas.
Mais tarde, por força de meus estudos de então, procurei em vários dicionários o significado desta palavra, iepê, para confirmar a origem do nome da cidade, a minha origem, de certa forma. Mas o esforço foi em parte decepcionante, pois descobri que o verbete liberdade significava “o primeiro”, “em primeiro”. Conferi outras fontes e, quando certo de minha descoberta, pensei em escrever sobre o episódio, mas constatei, agora decepcionado, que outras pessoas se anteciparam e haviam feito o registro correto sobre o significado da palavra que nomeava e certificava a naturalidade de quem nasce em Iepê.
Mas como compreender e refletir sobre a atribuição equivocada de nossos fundadores ou de nossos primeiros registros históricos ao atribuir significado equívoco a uma palavra de idioma desconhecido? Possivelmente, no afã de louvar os fatos e engrandecer os feitos de seus personagens, a motivação pela escolha da palavra iepê e seu suposto significado foi marcado pela força simbólica e grave de atos políticos, com recados e mensagens grandiloquentes muito bem endereçadas. Aos presentes e aos pósteros.
Inicialmente, é necessário compreender que a escolha de vocábulo indígena para designar novas povoações, além de ser um procedimento comum na época, como podemos constatar nos nomes das cidades como Chavantes, Canitar, Paraguaçu e Ibirarema, era ainda uma mistura de homenagem aos povos primitivos, bem como forma de amenizar nosso remorso por ter dizimado impiedosamente uma cultura milenar.
Entretanto, para além do costume em voga na época e da avaliação jocosa dos parcos conhecimentos linguísticos dos pioneiros sobre a língua tupi-guarani, é interessante atentar para um aspecto muito mais relevante da formação humanística, digamos assim, desses mesmos homens e mulheres. Ou seja, se houve equívoco na atribuição de significado à ação de formar uma comunidade de homens livres numa região completamente isolada, é possível ligar o suposto sentido da palavra iepê a uma longa e rica tradição do processo civilizatório europeu, realizada por homens como Lutero (1483-1546) e Calvino (1509-1564), reconhecidos lutadores pela liberdade entre os homens, muito além da liberdade religiosa. E é cabível a lembrança das obras de Thomaz Müntzer (1490-1525), célebre reformador presbiteriano, que se destacou ao lutar pela liberdade das pessoas, embora haja dificuldades em compreendê-lo apenas como homem religioso, e de John Locke (1632-1704), filósofo britânico ideólogo do liberalismo. Para se destacar a importância da liberdade na ação entre os homens, Calvino escreveu:

Os governantes de um povo devem envidar todo esforço a fim de que a liberdade do povo pelo qual são responsáveis não desvaneça de modo algum em suas mãos. Mais do que isso: quando dela descuidarem, ou a enfraquecerem, devem ser considerados traidores da pátria. (Calvino, João. A instituição da religião cristã. São Paulo: Editora UNESP, 2009, p. 882, tomo II).

Sem querer afirmar que nossos fundadores eram profundos conhecedores do pensamento religioso e político dos autores aqui lembrados, é sabido que pelo menos os dois primeiros foram (são) leituras obrigatórias para as ações dos presbiterianos no processo civilizatório realizado no Brasil. Segundo informes históricos e depoimentos pessoais, figuras como Chico Maria, Antônio de Almeida Prado e Maria Júlia de Almeida possuíam bons cabedais de leitura, considerando a época e o lugar, possuindo até bibliotecas em suas casas, logo é possível afirmar que alguma obra de Calvino e de Lutero fizesse parte deste acervo. Consequentemente, haveria, na gênese da formação do município, a busca e a efetivação da liberdade como princípio norteador da conduta das pessoas. E isto, sem dúvida, é notável e digno de registro.
É por considerar tal raciocínio verossímil que sugiro alguns exercícios aos jovens de Iepê: ir além, ultrapassar o elogio patrioteiro e saudosista e realizar pesquisa objetiva, com os rigores metodológicos necessários sobre este fundante aspecto da formação do município de Iepê, realizando, por exemplo, levantamento, catalogação, registro, leitura e análise das bibliotecas desses personagens. Certamente, os livros, cartas, apontamentos, recibos devem estar espalhados entre os descendentes dos pioneiros. Conforme a natureza do material encontrado, será possível transformá-lo em artigos científicos, dissertações ou teses acadêmicas nas áreas de Letras e de História, o que seria uma contribuição inestimável. Mãos à obra, moçada!

Três Lagoas/MS, 19/05/2013.
José Batista de Sales, professor. email: salesjb@uol.com.br

terça-feira, 21 de maio de 2013

MÚLTIPLOS OLHARES


TODOS OS BICHOS DE NÊ SANT’ANNA


NAVEGAR

Nenhum ânimo para navegar
Mas é preciso remar!
(Nem que seja numa canoa furada e bichada...)


PRA QUÊ?

Pra quê eu sirvo?
Não sirvo pra muita coisa;
Sirvo pra fazer versos trincados
E arte embriagada,
E é só por isso,
E porque isso me basta,
Que continuo a jornada.


PÍLULAS DA SEMANA

- Para encher os olhos: um Romero Brito



- Para Ler antes de dormir e sossegar: o Livro dos Salmos da Bíblia Sagrada.

- Para ouvir e relembrar, ou conhecer: a eterna Blowin’in the wind de Bob Dylan .

terça-feira, 14 de maio de 2013

MÚLTIPLOS OLHARES


TODOS OS BICHOS DE NÊ SANT’ANNA 


Sobre o blog Portal da Marambaya.com e a história de Luísa Salviano.

Hoje, convido vocês para que conheçam o blog www.portaldamarambaia.blogspot.com.br; esse blog foi criado para narrar a história de Luísa. É uma história de ficção, mas, optei por escrevê-la omitindo, até a postagem final, essa informação do leitor.
Foi muito legal receber e-mails que indagavam sobre a “origem” de Luísa ou pessoas oferecendo-se para ajudá-la.
A história nasceu de uma visita ao Cemitério da Marambaia. Eu e Paulo Fernando fomos fazer umas pesquisas e eis que no final da visita àquele local a história surge. Escrevi o “Portal da Marambaia” em cinco dias. Foram noites em claro, suor e muito prazer.
Compartilho, agora, com vocês um dos primeiros rascunhos/roteiros. É claro que depois, a medida que fui escrevendo, os personagens foram mudando, ou melhor, “revelando suas personalidades”. Assim as histórias são escritas: um sopro de inspiração e muita “estiva” depois.
Minha primeira intenção foi publicar a história e depois extinguir o blog, mas, outros textos foram surgindo e então, resolvi publicá-los no mesmo blog. Alguns seguidores do blog, que sabiam que era tudo ficção, me pediram para continuar a história de Luísa, mas, sua “saga” tinha chegado ao fim. Ela, no entanto, abriu caminho para outras histórias e será sempre muito importante para mim. Aos que não a conheceram, passeiem pelo blog e aguardem outros textos.



 

PÍLULAS DA SEMANA

- No estilo “suspense” o filme Reencarnação.
- “Os melhores poemas do século xx”. Esse livro está disponível no Ponto de Leitura.
- É sempre um prazer ler os livros autobiográficos de Zélia Gattai.
- Também é sempre um prazer ouvir “Codinome Beija-flor” de Cazuza.

Revelando Talentos

"Quem lê viaja,
quem escreve delira."
                         (Filósofo Robertão)
 
 
 

O vento

Da onde ele vem, para onde ele vai
Qual é o seu começo e o seu final
Ele está em toda parte
Aonde quer que a gente vai
Não precisa procurá-lo
Pois é ele que nos faz respirar

O vento é poderoso
As vezes ele é calmo
E quando necessário ele sabe ser nervoso
Ele forma a tempestade
E com carinho traz a brisa
Vento sopra, sopra vento
Sobre nossas vidas

E se ele não existisse
Eu começo a pensar
O que seria deste mundo
Sem o vento assoprar

Quando foi o seu nascimento
Eu não posso nem datar
Entes que o mundo existisse
Ele já estava a assoprar...

José Ricardo

terça-feira, 7 de maio de 2013

MÚLTIPLOS OLHARES

TODOS OS BICHOS DE NÊ SANT’ANNA  







INSIGHT: Sobre Mães e Galáxias. Antes que me crucifiquem de cabeça para baixo por não publicar nenhum poema sobre mães e seu infinito amor, dedicação etc. e etc. já aviso que o REVELANDO TALENTOS da semana abordará, com muita emoção, o tema. Aliás, esse poema, do qual publicaremos uma estrofe, nos foi enviado por um detento que participa de nossos projetos de incentivo à Leitura. Quanto a mim, que também sou filha e mãe, só quero lembrar - e podem me apedrejar - que mães são seres humanos “quase” normais, e eu digo “quase” porque culturalmente insistem em nos investir (ai de nós pobres mães) de poderes e sentimentos “quase” de outra galáxia e isso ás vezes é um peso... que embute uma culpa... num jogo “quase” perverso, mas que – e podem agora me apunhalar-  muitas mães também gostam de jogar.
Como sobrevivi, lá vai: Feliz Dia das Mães, para todas as mães e trocando em miúdos isso quer dizer: para as mães que podemos ser, mães “quase” normais e  não mães de comerciais de margarina. Ufa Mulherada, isso não tira um peso das nossas já tão sobrecarregadas costas? Tudo bem, para as que gostam de continuar sendo “quase” de outra “Galáxia”, feliz Dia das Mães também. Todas nós, da Terra ou outra Galáxia, merecemos um dia de muitos beijos e paparicos...









PÍLULAS DA SEMANA Para Todas as Mães: click, ouçam e divirtam-se:

- É Cor de Rosa Choque - Rita Lee
- Lady Laura - RobertoCarlos
- Mother - John Lennon
- Filho único - ErasmoCarlos
- Mamãe - Agnaldo Timóteo
- Só as mães são felizes – Cazuza
- O Programa de rádio mensal do Ponto de Cultura “Passeando pela MPB” vai ao ar nessa quinta-feira, às 16h, pela Rádio Shalom 104,9 FM.

Revelando Talentos


MÃE


  
Mãe é amar, proteger e guardar
É aquela que está perto
Quando todos estão longe
E diz: vamos juntos filho
Pois eu estou contigo


Mãe com caneta e papel nas mãos
Expresso o que sinto por ti
Um sentimento verdadeiro
E de todo coração...
Obrigado mãe por existir
E fazer parte da minha vida
E estar comigo até aqui.


(fragmentos do poema "Mãe" de José Ricardo)