Todos
os bichos de Nê Sant’Anna
Terminei o ano de 2014 compartilhando Poemas de Louvor nessa
coluna. Agora, compartilho uma experiência vivencial muito marcante na primeira
postagem dessa coluna em 2015. As duas postagens, no entanto, carregam um
sentimento e um sentido de fé que não posso deixar de dividir com vocês.
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InPalavras!: Todo Sentimento |
ÂMEL MASSIR!
(JESUS RESSUSCITOU!)
Às vezes, pensamos que milagres ou manifestações de Deus são
coisas complexas ou recheadas de “efeitos especiais”. Os acontecimentos que
presenciei e vivi durante a madrugada que antecedeu a morte de meu tio Omar, me
fizeram experimentar e testemunhar a simplicidade, a beleza, o amor e o amparo
que Deus concede a todos nós, seus filhos.
Horas antes de morrer, meu tio disse em árabe: “ÂMEL MASSIR!”. Só consegui entender o
real sentido dessa frase horas após o seu sepultamento, entre outros fatores,
por ter lido, naquela madrugada, o Salmo 103.
Devido a um encadeamento perfeito e providencial de fatos,
tio Omar, extremamente debilitado, conseguiu dizer Âmel Massir à sua irmã, tia Nale, única pessoa naquele quarto de
hospital que poderia compreender e traduzir suas palavras.
Uma frase curta em árabe, mas capaz de expressar o que ele
já não tinha forças para dizer: “Jesus está aqui comigo, Ele é real! Não fiquem
tristes porque estou a caminho da eternidade, Jesus existe, me ampara e a morte
não precisa ser temida!”.
Sinto que tio Omar foi instrumento de Deus, nos momentos que
antecederam sua morte, para transmitir a todos nós a essência simples da fé. Eu
compartilho com vocês o que vi e o que senti após aquela madrugada – um momento
solene de morte –, para que a alegria e a certeza da eternidade da vida possam
sempre ser anunciadas e nossos corações confortados e preenchidos pelo Espírito
Santo, pois, como tio Omar disse: “ÂMEL
MASSIR!”, JESUS RESSUSCITOU!
Portanto, não há motivo para temores, a benignidade de Deus vai de
eternidade a eternidade (Salmo 103).
***
Uma semana após a morte de meu tio, reflito sobre a força
das palavras arquivadas em nossa memória afetiva e nos mecanismos psicológicos
de acessá-las em momentos decisivos, quando precisamos exprimir sentimentos
profundos, que perpassam nossa alma. Creio que em seus momentos finais, tio
Omar "selecionou" de sua memória a expressão ouvida e dita inúmeras vezes e
que, naquele exato momento, além de assumir um significado profundo, lhe
possibilitou, com economia de palavras, externar todas as suas emoções,
confortar a irmã, a esposa e as filhas e também deixar seu testemunho de fé em
Deus.
Esse testemunho, como
último e maior presente de meu tio, ficará gravado para sempre nas paredes de
minha memória afetiva. Graças à força
das suas atitudes e palavras, tenho a convicção plena que Âmel Massir e estava ali, naquele quarto de hospital, naquela
madrugada do dia 1 de fevereiro de 2015 e tio Omar O enxergava, talvez com os
olhos da alma, mas O enxergava e anunciou a presença de Jesus a todos nós,
através da curta expressão em árabe, pinçada inteligentemente de seu cérebro,
que se manteve lúcido até o seu último instante de vida terrena.