quarta-feira, 10 de maio de 2017

MÚLTIPLOS OLHARES


Todos os bichos de Nê Sant’Anna maio/junho de 2017


Como todos estamos precisando respirar, compartilho com as crianças de todas as idades um texto meu e de Paulo Fernando Zaganin, a ilustração é da Meiriele Ventura de Oliveira. Divirtam-se com O SÍTIO DO CIPÓ: A HISTÓRIA DA PAIXÃO DO GALO JANJÃO PELA GALINHA COCOCÓ.





No meio do sertão existe um lugar encantado chamado Sítio do Cipó. Lá, nada é impossível e, quase todas as noites, tem sarau e baile no quintal. Foi numa dessas noites que o galo Janjão conheceu a galinha Cococó e, perdidamente, por ela se apaixonou.
Desde então, o galo enamorado em verso e prosa canta e conta essa história para quem quiser ouvir:


Eu sou o galo Janjão
faço versos, canto e toco violão.
E essa é a história
do meu encontro, outro dia,
com a minha grande paixão.


Tudo começou quando a galinha Cococó
toda bonita se arrumou
e saiu para ir a uma festa
na fazenda Cafundó.


Mas mudou o itinerário
ao encontrar pelo caminho a galinha Galiza
graciosa bailarina, que sob a luz da lua e de uma lamparina
aquela noite, no Sitio do Cipó, comigo se apresentaria.


Enquanto eu cantava
meus olhos a Cococó encontraram.
E já estava por ela encantado
quando os versos daquela canção terminaram.



Assim que o baile no quintal começou
com a Cococó eu fui dançar
e sem perder tempo
da minha paixão comecei a lhe falar.

Que danada de galinha
essa tal de Cococó!
Sabem o que ela me respondeu?
“Agora só quero dançar
 do futuro não posso falar,
ainda estou magoada
porque o galo Carijó
não quis me namorar
e com a galinha Pintadinha
acabou de se casar.”


Desde esse dia
só consigo nela pensar
e uma triste melodia
no meu violão dedilhar.

Que danada de galinha
essa tal de Cococó
tão charmosa e cheia de borogodó!
Espero que logo ela esqueça o galo Carijó
e comigo então se case
lá no Sítio do Cipó!